domingo, 24 de abril de 2011

Cilada - Harlan Coben


                    
                                    Cilada é um livro, no mínimo, intrigante. É a leitura que te faz pensar o que é sem saber se foi. Envolve o leitor de uma tal maneira que quanto mais se lê, mais se quer absorver as entrelinhas que o autor deixou. Harlan soube, na sua inteligência ímpar, colocar um mistério em seu livro que pudesse fugir totalmente do trivial que há em livros de romance policial.
                                   O tempo todo ele coloca pistas e dúvidas no leitor de forma que, ao chegar no meio do livro, você tem a absoluta certeza de ter desvendado todo o mistério. Você se sente, literalmente, um Sherlock Homes. Porém, quando se avança na leitura, o leitor se sente intrigado na percepção de que mais uma vez se enganara.
                                  Cilada é uma obra digna de estar entre os mais lidos e mais vendidos no mundo. Fascínio, intriga, suspense, desejo, cobiça, inveja, ciúmes, mentiras, enganos, são apenas alguns dos temperos que Harlan soube, de forma magistral, combinar em sua obra literária. 
                                 Outra particularidade de sua obra é a oscilação da narrativa, hora em primeira, hora em terceira pessoa. Seu prólogo, narrado em primeira pessoa, permite ao leitor ter a sensação que, segundo a sinopse encontrada no verso, a vítima ou o criminoso, no caso, é quem irá contar a sua história e depois, já no primeiro capítulo, a narrativa passa a ser em terceira pessoa.
                                  Talvez Harlan quisesse ter uma certa imparcialidade na história, de forma a não denunciar, através do seu personagem, o que realmente aconteceu ou estava prestes a acontecer. Nesta narrativa, Harlan faz um emaranhado de fatos e acontecimentos que, aparentemente, não possuem relações, porém vão se entremeando até que a teia esteja formada e você, o leitor, se encontre bem no meio dela. 

                                 Cilada é um livro surpreendente que desde a primeira até a última página nos faz imaginar como ocorre, na mente de um escritor, tantos fascínios, tantas ideias diferentes e maravilhosas; como conseguir os ingredientes exatos na medida certa para que o leitor não só fique intrigado, mas sinta o desejo de compartilhar com todos à sua volta a mágica viagem dessa leitura ímpar.