quarta-feira, 8 de junho de 2011

A cansativa viagem da mesmice

                            Hoje acordei revoltada com o mundo. Revoltada até comigo mesma, porque não assim dizer.
                            Tenho lido livros que nada trazem de novo. É sempre a mesma linha de raciocínio ilógico. Sim, ilógico porque quando estamos vestidos com a pele de leitor, queremos algo mais, uma história que venha nos seduzir, trazer algo diferente que não foi contado até então.
                            Mas o que tem acontecido com os escritores? Será que tudo já foi escrito? Não há uma nova perspectiva no mundo literário?
                             Fico pensando até que ponto vale à pena perder horas a fio, lendo o que já existe... Um personagem novo aqui, um lugar diferente ali, mas sempre é a mesma lenga lenga... Uma personagem mocinha (ou mocinho) que é vítima incompreendida da sociedade em que vive, seres mirabolantes e extremamente sedutores, pelos quais a personagem principal tem um amor impossível, ou quase impossível até que algo aconteça e os supreenda (os personagens, não o leitor), um personagem mau que deseja acabar com a alegria dos mocinhos e o pior de tudo... o bem sempre vence! Não que seja mal a vitória do bem sobre o mal, porém seria um pouco menos óbvio se as coisas não fossem ou parecessem o que realmente seriam. Shakespeare é um talento nato, que surpeendeu em todas as suas obras e surpreende até hoje, porque não dizer.
                              Quando falo que a literatura não possui nada de novo me incluo nisto, pois já não sei mais até que ponto valerá à pena continuar meu projeto "The Mystics". Será que não vou cair na mesmice também? Será que minha narrativa não frustrará o leitor mais sedento e cheio de espectativas? Será que meu livro não será apenas mais um a ser lido ou comentado por alguns poucos críticos literários, que assim como faço neste momento, me faça vir de onde vim... ao pó?
                               Acredito muito em mim mesma e sei que tenho a capacidade de surpreender, mas quero mais... quero ser única, quero ser inalcançável! Impossível? Talvez... mas meus sonhos são mais altos que meus pés e com certeza esta viagem cansativa da monotonia e da frustração eu não quero fazer!

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