terça-feira, 6 de julho de 2010

Crime e Castigo... Um olhar psicanalítico.

                                  
                                     Acabo de ler, degustando vagarosamente uma obra de Dostoiéviski: "Crime e Castigo". Agora, mais do que nunca, sinto o quanto a psicologia está presente na literatura. É uma sinsetesia ímpar, presente o tempo todo. É interessante porque há mais ou menos uns cinco meses que este livro está aqui em casa. Nunca tinha ouvido falar em Dostoiévski e nem me interessado na leitura... Estranho, mas aconteceu assim.
                                      Há dois meses, dando aula aos meu alunos, vi o livro "Crime e Castigo" citado como uma sugestão de leitura. Logo marquei para meus alunos o lerem. E como fazer uma avaliação de algo que não se conhece? Comecei a lê-lo. Confesso que nos três primeiros capítulos, me senti extremamente chateada e até me arrependi de ter escolhido o livro para os alunos lerem... É! Como me enganei... A leitura foi me absorvendo, de tal modo, que não conseguia mais parar de ler... Era como se eu vivesse a história, lado a lado com Rodka. Como disse, a sinestesia invadiu-me por completo.
                                      Peço licença para lhes confiar um segredo que o deixará de ser a partir de agora: eu entrei literalmente em estado de depressão, juntamente a Raskólhnikov. Senti uma grande ternura por Sônia e Dúnia. Senti náuseas junto a Raskólhnikov no comissariado. Agora o pior de tudo, veja só! Recusava-me a chegar ao fim do livro... Levei quase cinco dias para ler as quinze últimas páginas... Não queria que o livro acabasse... É como se ao terminar de lê-lo, tudo deixasse de existir para sempre... Meu Deus. Acho que a loucura de Ródion me acometeu... Heheheh. Pois é...
                                     Agora vem a minha pergunta cruel, sarcástica e esperançosa... Será que haverá alguém a altura de Dostoiévski para continuar sua obra? Escrever então o desenrolar da vida de Ródion após aquele desfecho? Será que haverá alguém com tamanha competência para nos dar momentos saborosos e psicologicamente conturbadores entre Razumíkhin, Dúnia, Sonia e Raskólhnikov? O que acontecera a Porfíri?
                                     Faz três dias que terminei de ler esta obra simplesmente ímpar. Pretendo agora mergulhar na Casa dos Mortos para ver se encontro nele um conforto psicológico até que, um novo Dostoiévski surja do nada ou do tudo e continue esta narrativa nada comum. Para quem gosta de um livro que mexe com seu psicológico, faz pensar na vida e reavaliar seus ideais, está aí a dica desta obra.

Paula Carvalho 
                                                             
A publicação original deste post foi feita em 23 de outubro de 2008 no meu antigo blogg de mesmo título, já deletado.

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